sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cristo Viveu por Nós


Se você pegar sua Bíblia e estudar as palavras “por nós” no Novo Testamento, você vai ter uma revelação. Jesus Cristo não fez nada por Si mesmo, mas tudo “por nós”. “Por isso conhecemos o amor, porque Ele deu Sua vida por nós” (I João 3:16).

A vida terrena de Cristo foi muito breve. Ele foi crucificado aos 33 anos de idade, e somente esteve sob os olhos do público por três anos e meio. Nesta breve mensagem eu quero te mostrar que Ele viveu por nós – como Ele viveu por nós – e os benefícios que isto trouxe.
Jesus viveu por nós

Jesus foi um presente para a raça humana; toda Sua vida foi completamente para nós. Nós éramos Sua exclusiva preocupação. Sua vida é um exemplo impecável de dedicação à raça humana. Jesus estava totalmente livre de interesse próprio e Ele tinha somente um propósito para estar aqui, nós, o povo.

Ele não serviu como um humanitário, político ou ativista social. Ele nunca deu nenhum centavo a ninguém, simplesmente porque Ele nunca teve nenhum dinheiro. Certa vez, quando Ele precisou alguns centavos para uma ilustração em um sermão, eles precisaram emprestar algum pra Ele. Mas Ele deu às pessoas tudo que Ele tinha, e que era Ele mesmo, todo Seu coração.

De Suas mãos fluiu cura. Quando Ele não tinha mais nada e não poderia dar mais, Ele deu Seu sangue, o sangue da redenção, o preço da nossa salvação. O que Ele deu foi muito além de coisas materiais, ou mesmo cura. Ele Se deu. Em absoluto abandono Ele encontrou as necessidades da raça humana com Ele mesmo.

Quando não tinhamos pastor, Ele se tornou o Bom Pastor. Quando eles não tinham físico, Ele se tornou o Grande Físico. Quando não tinham professor, Ele se tornou a Verdade. Quando as multidões estavam com fome, Ele se tornou o Pão da Vida, e no meio das trevas eles O encontraram como a luz do mundo.

O presente de Cristo para o mundo não era uma nova religião, ou uma nova teoria sobre a vida, ou ainda uma nova fórmula para o céu. Ele Se deu por nós, “ o justo pelo injusto, para que Ele nos leve a Deus” (I Pedro 3:18). Cristianismo não é religião. É Jesus. Podemos formar doutrinas sobre Ele, mas Jesus não veio para nos trazer teologia. Ele veio somente para estar aqui, disponível, nunca nos deixa ou nos desampara, pessoalmente.

No Velho Testamento um dos nomes para Deus é “El Shaddai”, que significa Deus Todo-Suficiente. Aquele Deus veio à terra na pessoa de Jesus. Ele deu tudo de Si mesmo e Ele é tudo que eu preciso. Um outro título no Velho Testamento era “ Jehovah Shammah.” O significado é “ O Senhor está lá”. Se Ele está lá isto é tudo que nós queremos. Pedro falou “ Para nós outros, portanto,os que cremos, é a preciosidade” (1 Pedro 2:7)

Jesus recusou-se a viver em benefício próprio

Seus motivos poderiam se resumir em uma palavra COMPAIXÃO. Ele foi dirigido pelo amor, nunca por medo, visando lucro ou popularidade. Ele viveu absolutamente POR NÓS. Quando Ele deixou o banco de carpinteiro Ele primeiro se deparou com ferozes tentações no deserto. Em cada exemplo Ele foi tentado a pensar nEle mesmo. Um dos testes era alimentar a si mesmo através de um milagre, outro era receber todos os reinos da terra como presente, o outro seria fazer maravilhas que teria feito com que todos O aclamassem como Messias.

O Senhor foi repelido pela mesma sugestão. Ele teve fome, Ele foi crucificado ao invés de ser coroado, e Ele foi acusado de blasfêmia ao invés de ser endeusado. Quando eles O aplaudiram, Ele chorou por eles. Eles tentaram torná-lo rei pela força, mas Ele escolheu a Cruz. Já morrendo Ele falou com as mulheres de Jerusalém para chorarem por elas mesmas, não por Ele – elas eram Seu último pensamento. Cristo não estava pensando Nele mesmo de maneira alguma, e mesmo se isto significasse a morte Ele faria isto por nós (I Tess. 5:10). Ele estava pronto para nos salvar do inferno, passando por aquele inferno de tormento Ele mesmo.

Ele encontrou uma mulher no poço, e pediu água(João 4:7). Em duas frases Ele estava preocupado somente com ela. Jesus estava muito mais interessado em dar a ela de beber da fonte da vida eterna do que saciar Sua própria sede. Na verdade, ela deu a Ele aquela água? Nunca lemos que ela tenha dado. Aquele pequeno episódio nos esclarece quem Jesus era.

Cristo viveu por nós para ser um de nós

Um Cristão é alguém relacionado com Deus, na família de Deus. Eles são nascidos de novo pelo Espírito de Deus ( João 3:6). Não é o caso de, um dia, ter uma experiência religiosa, uma visão ou se sentir bem ou feliz. É ter um RELACIONAMENTO, aproximação e um laço familiar. Cristo viveu por nós – para nos pertencer. Se Cristo me pertence, então, eu estou salvo. Ele Se deu POR nós, e Se deu A nós. Salvação significa união com Ele. Jesus não manda salvação. Ele É a salvação. Ele não manda perdão pelos pecados, Ele o traz. Ele nos perdoa e vive conosco.

Cristo “habitou entre nós”(João 1:14). Ele fez Sua casa conosco – ou mais, Ele fez uma casa, e quando nós cremos, atravessamos os portais e entramos nela. Deus é nossa verdadeira casa. Longe Dele estamos longe de casa. É por isto que Cristo viveu por nós. Ele quer estar conosco e nós com Ele – em casa. A Bíblia está cheia de “casas”. O filho Pródigo voltou para casa. Jesus entrou nas casas. Ele falou a respeito da morada eterna. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Eu vou preparar-vos lugar para que onde Eu estiver, estejais vós também”(João 14:2).

Cristo viveu por nós para nos mostrar como viver

A Bíblia fala de Cristo como não tendo pecado, o Cordeiro imaculado de Deus. Ele viveu por nós a vida perfeita, deixando-nos um exemplo para seguir em Seus passos.

O que era Sua perfeição? Era muito simples: obediência a Deus. Ele não viveu governado por um jogo de regras que ditavam cada ação da Sua vida. Ele não era uma enciclopédia ambulante das leis, as quais Ele consultava a cada segundo, desde quando se levantava até quando fosse dormir novamente. Ele simplesmente fez o que Ele sabia que agradaria ao Pai.

É assim que se deve viver. Cristo viveu por nós para nos mostrar como viver. O único requerimento é agradar a Deus. Podemos ter grandes problemas morais e não sabermos a coisa certa a fazer. Bem, tem somente uma razão porque deveríamos ser bons, e esta razão é: sermos como Jesus e agradarmos a Deus.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Poder do Alto


Para honra exclusiva de Deus, quero relatar um pouco da minha experiência com o poder que vem do alto. Fui poderosamente convertido na manhã do dia 10 de outubro de 1821. Na noite do mesmo dia, e na manhã do dia seguinte, recebi poderosas inundações no Espírito Santo que me traspassaram, ao que me parecia, corpo e alma.

Descobri, logo em seguida, que estava revestido de tal poder do alto que umas poucas palavras aqui e ali às pessoas ao meu redor provocavam sua conversão imediata.

Parecia que minhas palavras se fixavam como flechas farpadas na alma delas. Cortavam como espada; partiam como martelo os corações. Multidões podem confirmar isso. Muitas vezes, uma palavra proferida, sem que disso eu me lembrasse, trazia convicção, resultando na conversão quase imediata.

Auto avaliação

Algumas vezes, me achava vazio desse poder: saía a fazer visitas e verificava que não causava nenhum impacto que conduzisse as pessoas à salvação. Exortava e orava, também sem resultados. Separava, então, um dia para ficar sozinho em jejum e oração, temendo que o poder me houvesse deixado e indagando ansiosamente pela razão dessa aparente destituição.

Após ter-me humilhado e clamado por auxílio, o poder voltava sobre mim em todo o seu vigor. Tem sido essa a experiência da minha vida.

A Espada do Espírito

Poderia encher um volume com minhas histórias e observações sobre esse poder do alto. É um fato que se pode perceber e observar, embora seja, ao mesmo tempo, um grande mistério. Tenho dito que, às vezes, um olhar consegue comunicar o poder de Deus. Muitas vezes o tenho presenciado. O fato que relato a seguir serve de ilustração.

Certa vez, fui pregar pela primeira vez em uma vila industrial. No primeiro dia, depois que cheguei, logo de manhã entrei em uma das fábricas para vê-la em funcionamento. Ao entrar no departamento de tecelagem, vi um grande número de moças e observei que algumas olhavam para mim, depois umas às outras, de um modo que indicava espírito frívolo, como se já me conhecessem. Eu, porém, não conhecia nenhuma delas.

Ao aproximar-me mais das que demonstravam me terem reconhecido, parecia que aumentavam suas manifestações de leviandade. A atitude delas causou uma impressão peculiar sobre mim; cheguei a sentir isso de modo bem profundo, no próprio coração. Parei no lugar em que estava e olhei-as; não posso descrever o olhar que lhes dirigi, pois toda minha mente estava tomada com o senso de culpa e perigo que pairava sobre elas.

Ao firmar o olhar nas jovens, observei que uma delas ficou muita agitada. Um fio partiu-se; ela tentou emendá-lo, porém suas mãos tremiam de tal forma que não pôde fazê-lo. Vi imediatamente que aquela sensação se espalhava, tomando conta de todo aquele grupo de moças levianas. Olhei-as firmemente, até que uma após outra desistia de trabalhar e não dava mais atenção aos teares.

Caíram de joelhos, e a influência espalhou-se por todo o departamento. Eu não tinha proferido uma palavra sequer e, mesmo que o tivesse, o ruído dos teares não teria deixado que me ouvissem. Dentro de poucos minutos, ninguém mais estava trabalhando. Lágrimas e lamentações se faziam ouvir por todos os lados.

Nesse instante, entrou o dono da fábrica, um homem não convertido, acompanhado, creio, pelo superintendente, que professava a fé. Quando o dono viu o que estava acontecendo, ele disse ao superintendente: “Mande parar as máquinas”.

“É mais importante”, acrescentou rapidamente, “a salvação dessas pessoas do que o funcionamento da fábrica.”

Assim que cessou o troar das máquinas, o dono perguntou: “Como faremos? Precisamos de um lugar de reunião, onde possamos receber instrução”.

O superintendente respondeu: “O salão de fiação serve”. Os fusos foram levantados para desocupar o lugar, e toda a fábrica avisada para se reunir naquele salão.

Tivemos uma reunião maravilhosa. Orei com eles e dei as instruções que na ocasião tinham capacidade de compreender. A Palavra foi dada com poder. Muitos manifestaram esperança ali mesmo e, dentro de poucos dias, segundo fui informado, quase todos os funcionários daquele grande estabelecimento, inclusive o dono, já tinham esperança em Jesus.

A Convicção do Espírito

Esse poder é uma grande maravilha! Muitas vezes, vi pessoas incapazes de suportar a Palavra de Deus. As declarações mais simples e comuns cortavam os homens como espada, no lugar em que se achavam sentados, tirando-lhes a força física e tornando-os quase tão incapacitados como se estivessem mortos.

Várias vezes, na minha experiência, o poder de Deus estava presente de tal forma que eu não podia levantar minha voz, na oração ou na exortação, acima de um tom de suave mansidão, sem que as pessoas presentes fossem totalmente conquistadas pelo Espírito Santo. E não era porque eu estivesse pregando uma mensagem de temor ou da ira de Deus; mesmo anunciando as mais doces palavras do Evangelho, acontecia a mesma coisa.

Parece que às vezes esse poder permeia o ambiente das pessoas que o possuem. Muitas vezes, uma multidão de pessoas em uma comunidade é revestida desse poder de tal forma que toda a atmosfera do lugar parece ficar impregnada com a vida de Deus. Um estranho, vindo de fora, ao passar pelo lugar, é tomado, de repente, por convicção de pecado e, em muitos casos, se converte ali mesmo a Cristo.

Quando os cristãos se humilham e consagram novamente a Cristo tudo o que possuem, e, depois, buscam esse poder, eles recebem muitas vezes um batismo tal que se transformam em instrumentos para converter mais pessoas em um dia do que em toda a sua vida até então.

Enquanto permanecerem suficientemente humildes para continuar com esse poder, a obra sobrenatural de conversões prosseguirá até que comunidades e até regiões inteiras se convertam a Cristo.