domingo, 6 de dezembro de 2009

Perdão


Perdoar é desculpar, absolver, remir as faltas. Perdoar não é esquecer, mas lembrar sem ressentimento. É não exigir mudanças no perdoado e sim limpar sua ficha e voltar a ter o mesmo amor e liberdade que existiam antes da ofensa. É amar de novo.Perdoar é uma maneira de viver. É transferir para Deus qualquer punição, sem ficar com desejo de vingança:
"... não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A Mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor".
(Romanos 12: 19)
Perdoar é difícil, dói e custa caro. A Deus custou a vida do Seu Filho Jesus:
"Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação".
(II Corintios 5: 18)
É o perdão que nos permite chegar a Deus, pois Ele perdoa nossos pecados, nos purifica de toda a injustiça, Quem restaura nossos relacionamentos quebrados, que derruba as paredes de separação, que aquece o gelo da indiferença e anula o veneno da amargura que destrói os corações:
"Suportai-vos uns aos outros; perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós"(Colossenses 3: 13)
Assim como o perdão restaura o nosso relacionamento com Deus, da mesma forma tem poder para restaurar relacionamentos quebrados entre os homens.O perdão não pode ser baseado em sentimentos, mas sim em um ato de obediência e de vontade, baseados na Palavra de Deus. Os sentimentos irão acompanhar o ato de perdoar. É muito comum as pessoas esperarem que ocorra o inverso: primeiro sentir o perdão, para depois perdoar. Na verdade o processo do perdão inicia pelo: 1 ) Reconhecimento da mágoa;2 ) Confissão desses sentimentos diante de Deus.À partir daí, nós podemos declarar o nosso perdão, liberando a pessoa do ofendido e a nós mesmos, para sermos curados da dor da mágoa.Há uma força tremenda no perdão. O texto de Mateus 6: 14-15 nos dá uma amostra bem clara disso:
"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas."
(Mateus 6: 14-15)
Não há dúvida de que o perdão é o ponto chave dos relacionamentos na Bíblia. Isso se aplica a todos os relacionamentos: (1) com Deus; (2) com os outros; (3) conosco mesmo. A graça e a Salvação são incondicionais, são um dom do amor de Deus por nós. No entanto, o texto acima condiciona nosso perdão ao ato de perdoarmos os homens. Como então isso funciona ???Deus estabeleceu um princípio de suprema importância na própria estrutura de todos os relacionamentos, baseados na natureza e caráter de Deus. Como fomos feitos à Sua imagem e semelhança, isso está embutido em nós. Assim, Deus criou-nos com capacidade para perdoar.Um aspecto importante no perdão é que ele é um processo, e como tal, exige tempo e paciência. Com freqüência, o perdão precisa ser reiterado. É difícil desistir de antigas mágoas e o melhor remédio é sermos sinceros com Deus, admitindo nossas lutas interiores e ficando à disposição para que Ele nos mude.Nunca teremos condições de mudarmos a nós mesmos, mas se estivermos abertos, ao operar do Espírito Santo em nós, ficaremos surpresos com o que Ele pode fazer.O verdadeiro perdão começa com um ato de vontade e de obediência, mas deve terminar com a reconciliação. Este perdão deve trazer de volta os sentimentos que existiam antes da ofensa. As pessoas se ferem e se afastam ao invés de se reconciliarem, de se perdoarem, de permitir que aquele sentimento de afeto e interesse voltem. Assim, os relacionamentos são quebrados e não são restaurados.Perdoar e reconciliar custa um alto preço, o preço de liberar a pessoa que nos prejudicou, de pagar pelo seu erro. Deus não viola a nossa vontade, mas quando decidimos, Ele estende a Sua mão para nos ajudar e nos capacitar a caminhar na "estrada do perdão".Um aspecto muito importante neste processo é o reconhecimento sincero e honesto da profundidade do ressentimento. Precisamos entender o propósito de Deus, quando somos ofendidos:
"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito. Porque aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o Primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8: 28-29).
Quando eu não entendo o que Deus quer comigo, eu me torno:a ) INSENSÍVEL: Ignoro, excluo o ofensor.b ) SENSÍVEL: Fico ressentido, amargurado, com desejo de vingançaA seguir vamos ver como a falta de perdão nos afeta: 1 ) Mantém as pessoas envolvidas na escravidão.2 ) Pode acarretar doenças físicas e mentais.3 ) Cria situações demoníacas.4 ) Bloqueia as promessas de Deus:
"Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa diante do altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; depois vem e apresenta a tua oferta." (Mateus 5: 23-24)
5 ) Cria impedimentos para as nossas orações serem atendidas.6 ) Pode acarretar uma raiz de amargura:
"Tende cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe e por ela muitos se contaminem." (Hebreus 12: 15)
Observe o que a raiz de amargura faz: (1) nos priva da graça de Deus, (2) nos destrói, (3) influencia outras pessoas (contamina) e (4) pode dar à luz a outros tipos de pecado. Como o perdão é um mandamento de Deus, ele sempre deve começar por nós. Isso é muito importante porque libera não só a nossa vida, mas a vida do ofensor para que também ele chegue ao arrependimnto:
"... ou desprezas tu as riquezas da Sua bondade, tolerância e paciência, ignorando que a bondade de Deus te leva ao arrependimento?" (Romanos 2: 4)
Para perdoar precisamos meditar no perdão que recebemos. Vamos ler agora Mateus 18: 23-35 e ouçamos o que Deus quer nos falar!

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